2004/10/20

Ainda a Justiça! O Caso da Joana! O Procurador!



Ontem estive a ver, no canal 2, um documentário acerca de investigação criminal. Nos Estados Unidos, é claro! Descreviam alguns casos mais arrepiantes e a forma como a polícia “encontrou” os criminosos. Tratava do papel dos perfis psicológicos, na identificação dos assassinos. O documentário demonstrou, mais uma vez, a facilidade com que a polícia obtém uma confissão, positiva, (no segundo ou terceiro interrogatório), quando acerta nos suspeitos e os confronta com a irrefutabilidade das provas. Este documentário veio reforçar a minha convicção de que os familiares nada têm a ver com o desaparecimento da pequena Joana, ao contrário do que pretende a polícia e a comunicação social.
Por isso transcrevo, para aqui, uma mensagem que fiz, para as televisões, e que enviei a vários órgãos de comunicação social e não só.
Mantenho a mesma convicção, que se reforça, cada dia que passa. Aliás, neste caso, o que me preocupa é o facto de aqueles familiares poderem estar a ser vítimas (indefesas) de tais perfídias; o facto de as perfídias virem da própria polícia; e o significado, os indícios que essa actuação fornece, acerca da forma como se protege a criminalidade, neste país.
Lisboa, 2004-09-27
Mensagem enviada às televisões!
Mais uma vez, no jornal da noite, a minha indignação atingiu o limite.
É que, até agora, nada do que ouvi, ou li, sobre este assunto, me permitiu concluir que os acusados sejam realmente culpados. Já antes eu tinha essa opinião, mas depois do processo Casa Pia, onde se acusaram pessoas inocentes, para proteger “as testemunhas”, eles sim pederastas confessos; devido a interesses de circuitos tenebrosos de criminalidade institucionalizada; acusações que, apesar de totalmente e claramente absurdas, se mantêm ainda, com a “colaboração” de polícias, investigadores, juízes, procuradoria e dos media, já não acredito no funcionamento da polícia (muito menos da justiça), se as situações não forem claras e inequívocas.
Neste caso, (da Joana) acho que não aparece o corpo, porque os acusados são inocentes e, por isso, não sabem do corpo. O pior é que, agora, mesmo que o corpo apareça, eu já não acredito, porque pode muito bem ter acontecido que alguém tenha feito mal à menina e sejam os familiares a pagar por uma coisa que não fizeram. É típico do comportamento, obtuso, das nossas instâncias judiciais, que nunca corrigem, nem assumem, os seus próprios erros!
A polícia devia ter reunido, primeiro, provas inequívocas e depois acusar. Mas quem é que, neste país, se preocupa com inocentes nas cadeias (que são vários) e com a respectiva protecção garantida aos criminosos? Nem mesmo no processo da Casa Pias, que envolve “gente” importante, quanto mais nos casos destes simples “e tristes” anónimos!? Isso era se isto fosse uma democracia, mas é apenas bandalheira, onde os criminosos é que são protegidos!
A forma como a polícia consegue, muito facilmente, fazer com que pessoas, assim tão simples, digam o que eles querem ouvir, eu conheço bem!
Na minha frente ninguém diz que o tio ou a mãe são culpados, porque eu não deixo! Até quando, meu Deus, veremos a nossa inteligência insultada, assim?
Por favor, envie esta mensagem aos seus conhecidos. A nossa sociedade (e o mundo) pioram continuamente, enquanto os cidadãos consentirem neste tipo de atropelos! “

Mas
este artigo vem também a propósito das palavras do Procurador Geral da República, em Espanha, e do Processo “Casa Pia”.
Julgo que qualquer pessoa minimamente informada sabe que este processo é um dos piores exemplos do mau funcionamento da Justiça (e não só), neste País.
Exemplo do mau funcionamento da Justiça, por motivos óbvios. Prometi em mensagem destinada a http://www.reporterx.net/, que faria crónica da leitura que faço das evidências, que conheço. Do que, de escabroso, elas denunciam. Mas isso ainda tem de ficar para outra altura.
O que se sabe é que todas as nossas instituições estão implicadas naquela monstruosidade, como confessou, mais uma vez, o Procurador, ao dizer que é difícil investigar as violações do segredo de justiça.
Para os mais distraídos, aconselho a que ouçam as cassetes em: http://ascassetes.tripod.com/. O “download” demora algum tempo, mas para os crédulos, vale a pena. Para as pessoas atentas não paga a maçada, porque é fácil imaginar o que contêm, mesmo sem ouvir. Mais uma autêntica pouca vergonha!
Mas voltemos ao Procurador. É um cargo que eu defendo que deveria ser de eleição directa, por motivos óbvios. Isto é: O Procurador deveria ser eleito por voto directo e universal. Só deveriam poder candidatar-se pessoas que declarassem não pertencer a qualquer partido ou organização submetida a filosofia específica e ou disciplina de grupo, como é o caso da maçonaria.
Imaginem esse cenário e digam-me se aquele “espécime” alguma vez conseguiria ser eleito para o cargo que ocupa. E como poderia melhorar a nossa situação…
Porém, o objectivo principal deste artigo é desmentir o Procurador e dizer-lhe que os cidadãos conscientes se preocupam tanto com a prisão injustificada do Sr. Carlos Cruz, como com a prisão e “crucificação”, injustificadas, da mãe e do tio da Joana.
O que se demonstra, mais uma vez, é que ninguém liga importância àquilo que o cidadão pensa, ou sente. Também isto tem de acabar. Cargos tão importantes não podem estar à mercê do compadrio e do tráfico de influências das máfias partidárias; porque depois corre-se o risco de vivermos infâmias destas, que começam a querer perpetuar-se, mercê da impunidade de que dispõem.
É que, não sei se já perceberam, mas o bom funcionamento da justiça é essencial para a democracia e também para o progresso e desenvolvimento! Daí a minha preocupação!
Mas deixem-me perguntar: isto tem alguma coisa que ver com democracia? Então eu é que tenho que me indignar? Não! Porque o parlamento é que foi eleito (e é pago a peso de ouro) para garantir a democracia. Os incompetentes, os inimputáveis e os incapazes que se demitam!