2004/11/01

Blogando! E Contraditando!

Andei por aí, passando os olhos por alguns “blogs” e confesso que me arrepiou e fez desistir, rapidamente. Que nojo! Que falaciosismo!
Este artigo era para descrever e comentar a resposta do BE, mas esse ainda vai ficar para a próxima, que será breve. É que este assunto, aqui tratado, não merece muita atenção, nem muita tinta.
O que os meus olhos viram, nessas “andanças”, mais me fizeram perceber a importância de fazer reflectir, no parlamento, a opinião da totalidade dos cidadãos. É que a população, no seu conjunto, é mais difícil de enganar. O “instinto” das pessoas, em muitos casos, é genuíno e não engana. É claro que também há que contar com os efeitos da manipulação da opinião pública e com o acicatar dos instintos primários dos indivíduos, mas mesmo isso, ou sobretudo isso, provoca, espontaneamente, um conjunto tal de contradições, que não consegue passar a “prova de fogo” da avaliação e concordância da maioria dos cidadãos. Este histerismo oco, estereotipado, pode encontrar eco nalgumas mentes menos avisadas, mas nunca na maioria, genuína, dos cidadãos. Tudo para dizer que, o que procuramos, são pessoas honestas e íntegras, lideres sérios e sábios, que possam tirar o país desta fossa. Eles existem! Mas se se puderem revelar, receberão, certamente, o apoio da maioria dos cidadãos. E não é uma maioria qualquer, daquelas que sempre nos impingiram, fabricadas e manipuladas. A maioria das pessoas é mobilizável por bons objectivos, desde que sejam inquestionavelmente bons! O Euro2004 provou-o! E nem sequer foi necessário um objectivo tão bom como isso. Por estes motivos eu acho que não se deve dar, a pretensos lideres, benefício da dúvida mais do que o suficiente (para eles nunca é suficiente); e, acima de tudo, devem ter "tolerância zero", porque estão a bloquear as soluções, apenas por pretenciosismo, por presunção.
Por isso, insisto, é tão importante fazer reflectir no parlamento e nos mandatos dos titulares das restantes instituições, a opinião de cada cidadão. Porque assim é que é democracia. Porque só a democracia nos convém. Não esta que temos, certamente, porque não passa de vigarice, sobre toda a sociedade!
A este “Democracia” os teóricos, os entendidos (entre cujos não me incluo) dizem ser “democracia representativa”. Talvez esteja aí o nosso grande problema. Quantos cidadãos portugueses é que se sentem representados no parlamento? Menos de 20%, posso assegurar! Depois, há quem diga que é necessário aproximar os cidadãos dos seus representantes; eu diria o contrário: é preciso aproximar os representantes dos cidadãos; mas isso eles nunca vão fazer, a não ser que sejam obrigados! É disso mesmo que se trata
Digo isto porque o que mais se vê é presunção (ou maledicência). Aqui, neste “blog” o que se procura são soluções sérias e democráticas. Soluções para toda a sociedade. Agora, já não se trata de estar do lado dos ricos ou dos pobres; não se trata de estar do lado dos patrões, ou dos empregados. A nossa “questão” fundamental é que “estamos todos no mesmo barco”, a afundar-se; e, ou nos salvamos todos, ou vamos todos ao fundo! Os sectários, os demagogos, os totalitários dum lado ou do outro, não têm lugar na condução desta luta, porque, senão, afundam-nos a todos!
Talvez o pior “pecado” de Santana Lopes seja a presunção. A dele, como a de tantos outros, com tantos fãs, que faz com que cada um ache que isto está mal, mas porque são os outros a fazê-lo, (a beneficiar com isso), porque se forem eles próprios, já está bem.
Não, meus senhores! Para permitir o progresso e acabar com esta bandalheira, não basta saber o que fazer (ou pensar que se sabe o que fazer); também é necessário saber como fazê-lo. É fundamental mobilizar a maioria dos cidadãos, porque só assim se têm garantias de que se resolvem, de forma irreversível e democrática, os problemas. Aliás, os nossos problemas não são resolúveis senão mobilizando a maioria da população. Persistindo na situação actual, não é possível mobilizar a maioria da população! E, de qualquer outro modo, os nossos problemas não se resolvem, mas sim se agravam. Pois, o que mais se vê é gente a dizer absurdos e a apelar aos mais baixos instintos, arrivistas e imbecis, das pessoas! Mas há que ter fé! Isso só mobiliza uma ínfima minoria. Por isso há que impor a alteração do sistema eleitoral e mandar para o lugar que lhe cabe o malfadado método “de Ontem”, de que resulta a actual vigarice! Hoje é outro dia! Avancemos, pois!
A propósito, o Prof. Daniel Sampaio, “apelou” aos jovens, que derrubassem o Governo! Boa, Daniel! Haja algum Sampaio que diga alguma coisa, de jeito, com legitimidade para o fazer. Porque o outro, o Jorge, não tem qualquer legitimidade para falar, porque a situação que vivemos é da sua inteira responsabilidade. Bom, todos nós sabemos o que é ter um irmão que não partilha as nossas ideias, mas, neste caso, justifica-se pedir ao Daniel que diga ao irmão (que convença o irmão) de que, não apenas pelos jovens, mas por toda a população do país, devia cumprir a sua obrigação, exercer o seu cargo e acabar com a bandalheira em que vivemos, abrindo caminho para a resolução dos nossos problemas. É que os jovens até podem “derrubar” o governo, mas isso não resolve os nossos problemas; além de que pressupõe agitação social e até talvez violência (quanto mais não seja da polícia). O outro Sampaio pode fazer isso tudo, sem tantos custos e de forma muito mais eficiente! Ou será que este ^Sampaio acha que existem motivos para que os jovens derrubem o governo e não existem motivos para que o Presidente o faça? Não percebo! Ou então isto é um bom exemplo do que disse acima, acerca de os representantes não representarem coisa nenhuma (a não ser a sua própria tibieza)!