2005/01/19

Eleições! Qual vai ser o partido mais votado?


Há dias, num comentário aí noutro blog, apareceu o seguinte:
(Nas paredes da PSP de Coimbra “"Votar não serve para deixar de ser escravo... apenas para mudar de amo...")
O autor do comentário extraiu uma conclusão com que discordo, em absoluto. Contudo, convém sublinhar que, nunca como agora, nas actuais eleições, essa frase (entre aspas) fez tanto sentido.
Vem isto a propósito de “qual será o partido com maior número de votos”. Reparem que não digo: quem vai ganhar as eleições, porque quem vai ganhar somos nós: a abstenção!
O PS assume esse papel (de partido mais votado) como sendo “favas contadas” e, por isso, até se dá ao luxo de garantir, à partida, que vai fazer pior do que o actual governo; faz questão de garantir que, com eles a governar, vai continuar a não haver espaço para a competência, para a honestidade, para a eficiência, para a justiça, para a democracia, para a dignidade. Que vão seguir o mesmo caminho, pela pior opção, apenas porque servem os mesmos amos e não querem deixar de os servir.
O PS promete ser pior a até se dá ao luxo de “criticar” o seu oponente, porque faz promessas irrealistas. Para fazer passar esta mensagem a exigir o conformismo dos cidadãos ao estado de descalabro a que chegámos, o PS conta com todo o tipo de “homens providenciais”, tais como António Vitorino e até Manuel Alegre.
Não acredito nas promessas do PSD, porque não serão cumpridas. Mas, mais uma vez, é necessário dizê-lo com todas as letras: é possível baixar os impostos, reduzir o défice, reduzir o desemprego, baixar a inflação e relançar a economia, fazendo-nos crescer muito acima da média europeia. Basta que exista democracia; que sejam tomadas as medidas necessárias, aquelas de que o PS, à semelhança dos outros partidos, nem quer ouvir falar.
O PS corre o risco de ter uma grande surpresa, no dia das eleições.
Na América, foi Kerry quem ganhou as eleições, para Bush; porque nunca tomou posições claras contra a guerra, rejeitando, assim, os votos de muitos americanos democratas e esclarecidos. Kerry apenas pretendia transferir uma parte dos custos da guerra para outros países, o que não é aceitável para o mundo nem para os americanos honestos e evoluídos.
Cá, vai ser Sócrates que vai dar um excelente resultado a Santana Lopes, se não lhe der a vitória, pelos mesmos motivos. Sócrates não apenas atraiçoa a democracia e o socialismo, como atraiçoa o país e a esperança de muitos portugueses, afastando assim, da votação, a esmagadora maioria dos cidadãos, que já não acreditam em políticos e têm, agora, ainda menos motivos para acreditar, já que Sócrates faz questão de garantir que vai ser pior do que os actuais, que não vai tomar uma única medida, das imprescindíveis, para melhorar a nossa situação económica e social.
Por mim, fico ao lado dos abstencionistas, porque são eles que têm razão, porque não há motivos para votar.
O que é urgente é exigir que a nossa opinião seja respeitada, que a abstenção seja valorada; que só tomem posse os deputados efectivamente eleitos. Temos esse direito, é a democracia que o exige, é a única forma de os políticos perceberem que têm que ganhar vergonha. Que têm que merecer o nosso voto, que a traição não compensa, porque agrada aos grupos de tráfico de influências (a quem eles prestam vassalagem), mas afasta os votos da maioria dos cidadãos; e esses é que contam, em democracia.
Lutemos, pois, pela DEMOCRACIA!
O PS promete fazer pior e nós prometemos ao PS (ou a quem ganhar as eleições), que não lhes vamos dar sossego. Que não vamos baixar os braços, enquanto os nossos direitos não forem respeitados, enquanto os nossos políticos não nos respeitarem!
Não vote nas eleições legislativas, exija a inclusão da abstenção na contabilização das percentagens eleitorais!