2005/01/05

Na luta pelo “tacho”, vale tudo!

A grande questão, política, da actualidade, no PS, é a inclusão, ou não de Paulo Pedroso nas listas de candidatos a deputados, por Setúbal, (em lugar elegível, obviamente; não creio que o problema se pusesse, se não fosse o caso).
Tratando-se dum problema que aparenta ser estritamente partidário, poderia parecer estranho que o discuta aqui. Mas o facto é que o PS é um dos partidos com maior probabilidade de aceder ao poder, nas próximas eleições e isto indicia, com clareza, o que podemos esperar, em questões essenciais, do novo governo.
O pretexto prende-se com o facto de Paulo Pedroso ter sido preso, no âmbito do processo Casa Pia e este ainda não ter terminado.
Já todos sabem a minha opinião acerca do Processo Casa Pia e da forma como esta questão (candente da vida pública portuguesa) tem sido tratada, por todos os responsáveis nacionais, com particular destaque para os políticos e deputados. É que os deputados são os nossos representantes eleitos para garantirem a democracia e a questão em causa, nada tem a ver com democracia.
O meu repúdio pela situação tem que ver, não apenas com a forma como foi tolerada a prisão (claramente injustificada) de Paulo Pedroso, mas sobretudo pelo facto de os deputados (e outros políticos) terem ficado de braços cruzados, perante tamanha infâmia, sobre todos nós, cometida com a prisão de pessoas claramente inocentes, para ocultar os verdadeiros culpados; para servir uma conspiração monstruosa onde entra toda a espécie de criminalidade, desde a corrupção até ao tráfico de droga (feito pela própria polícia judiciária). Tudo isto com a cumplicidade, óbvia, do CIS.
Já todos sabem que um documento publicado no “blog” “Muimentiroso” terá dado origem a um inquérito, devido à gravidade dos factos relatados. Existirá esse inquérito? Essa investigação? Eu não acredito. Existe tanto como qualquer outra investigação, daquelas que nenhum responsável quer ver feita. Aqueles factos devem ter sido entregues a um dos implicados, para investigar, certamente; porque não há outra explicação para tanto atraso, tamanho silêncio e a continuação do à vontade, arrogante, dos principais criminosos envolvidos.
Por aqui também todos sabemos o nome de alguns dos implicados, como por exemplo: Paulo Portas, Luís Filipe Pereira, Valente de Oliveira, Eurico de Melo, Pães do Amaral, Juiz Caramelo…
Já o disse, mas convém relembrar que, o simples facto de estes nomes estarem no processo, desde, pelo menos, o verão de 2003 e nunca terem sido referidos pela comunicação social, apesar de estarem, muito mais provavelmente, implicados, do que Paulo Pedroso, ou Carlos Cruz, para citar só dois dos acusados, é evidência clara de que estão, de facto, implicados, senão em pedofilia, de certeza nalgum dos outros odiosos crime correlacionados, que determinaram a escandaleira a que assistimos.
Mais uma vez constamos que tudo isto só é possível devido à subserviência canina, da comunicação social, aos mais pérfidos interesses dos mais pérfidos personagens. O progresso a que temos direito, o país, o bem estar do cidadão, não contam, para ninguém: jornalista, governante, ou político. Os interesses dos criminosos, e só esses, é que contam.
Também já o disse, mas nunca é demais repeti-lo, enquanto este tipo de crimes infames forem possíveis, na nossa sociedade, com envolvimento das instâncias de investigação e judiciais, não será possível, nem sequer, a resolução dos nossos problemas económicos, muito menos os sociais. Numa situação destas não há competência que resista; não adianta ter ilusões.
Também já o disse, mas como ninguém ouve, vou continuar a repeti-lo, até que se ouça (ou compreenda), que os nossos piores problemas têm origem no facto de este país estar nas mãos de criminosos. E não me refiro aos “inimigos sem rosto” inventados pela magistrada Maria José Morgado, porque não existem (e porque não sou D. Quixote); refiro-me a estes criminosos, que assim se pavoneiam despudoradamente e se exibem, nos órgãos de comunicação social, ante a complacência dos governantes e políticos; e com o apoio e colaboração, descarados, dos jornalistas. Até acho que as declarações de Bibi (as únicas que contam, para a comunicação social), a envolver Paulo Pedroso, e o destaque, injustificado, que tiveram, foram "encomendadas", para servir este fim! (Para estes criminosos, o que importa, ao país, são as invenções, encomendadas, ditas pelo Bibi; aquilo é que é a "referência". Estou para ver o que o Tribunal vai fazer, com isto; até quando estas mentiras infâmes vão ficar impunes).
Todos os cidadãos sabem, quer os que acreditam na inocência de alguns dos acusados, quer os restantes, que este processo esconde mais do que o que revela; oculta muita coisa e muita gente criminosa. Também neste caso, e mais uma vez, os nossos políticos, governantes e responsáveis preferem ficar todos sob suspeita a esclarecerem devidamente as situações e punirem quem deve ser punido. Por aqui se vê que eles são todos, rafeiros do mesmo dono, a cujos ditames cedem, mesmo à custa do seu próprio prestígio. Pode-se ter respeito ou consideração por uma classe política assim? Pode-se esperar alguma coisa dum país governado por gente desta, que nem auto estima tem?
Mas, para além de inúmeros anónimos, que vivem angustiados e revoltados com tudo isto, parece que sou a única pessoa que se preocupa e percebe a gravidade da situação e a forma como nos transforma em reféns da crise económica, por impedir a implementação das soluções urgentes e eficazes.
Perante esta situação absurda, o que faz o PS? Não apenas tem convivido, alegremente, com este caos, como ainda ajuda a manipulação da opinião pública, discutindo, deste ponto de vista, a inclusão, ou não, de Paulo Pedroso, nas suas listas de deputados. Ou seja, com o PS a governar, o que podemos esperar é que o “País continue nas mãos dos mesmos criminosos”. Não interessa em que partido vota a população; quem nos desgoverna (e se governa bem) são estes criminosos, que até conseguem impor, à partida, quem deve ou não participar nas listas de deputados, conforme os seus interesses de prossecução de manipulação da opinião pública, no sentido de imporem as suas infames mentiras.
É por isso que o PS se prepara para excluir Paulo Pedroso, que todas as pessoas esclarecidas sabem estar inocente, mas não se incomoda (nunca se incomodou), com a continuação, em funções de Paulo Portas, por exemplo. Não se preocupa com o facto de Paulo Portas ser governante e candidato tendo direito a “publicidade” a dobrar, conspurcando as nossas televisões, todos os dias, para nos dar volta ao estômago. Paulo Portas que acumula, com o envolvimento (evidente) neste processo da Casa Pia, o envolvimento também, no processo Moderna.
Mas Paulo Portas parece ser uma figura chave da conspiração criminosa que manipulou o processo Casa Pia e não só. E como esses conspiradores têm acesso às decisões de todas as elites partidárias (sempre tiveram, senão não estaríamos neste descalabro de situação), Paulo Portas, e a sua manutenção em funções, não é problema; Paulo Pedroso é que é, porque isso satisfaz as suas “necessidades” de manipulação.
Podemos repetir os mesmos argumentos, por analogia, em relação a todos os outros partidos com assento parlamentar, para justificar os seus silêncios e subserviência em relação a toda esta infâmia. Os nossos políticos não têm vergonha, nem pudor, sejam eles de que partido forem.
Recordo que Ana Gomes chegou a perguntar pelos nomes dos ministros de Durão, envolvidos no processo Casa Pia. Prometeu que voltaria a perguntar, mas não o fez, porque esses mesmos criminosos são quem controla o PS também. Ana Gomes até “viabilizou” a eleição de Durão, lembram-se? È assim a actuação (IN)consequente dos nossos políticos. É por causa disto que não conseguimos sair deste descalabro.
Querem mais alguma razão para não votar?
Portanto, é assim: quem quiser continuar a ver o país nas mãos dos mesmos mafiosos, dos mesmos criminosos, vote em qualquer destes partidos; qualquer um serve.
Quem não quiser, não vote. Há-de haver uma altura em que os políticos ganhem vergonha e percebam o nosso repúdio. Sobretudo se não lhes dermos descanso. A ideia é essa!