2005/08/17

"Imagens" e Disparates!

Ainda os Incêndios Florestais e a "opinião" de António Vitorino.
Acerca deste post e do comentário de Congeminações.
O meu comentário (que não correu lá muito bem):
Amigo Raul, acredita que os pirómanos dizem o que realmente os motiva? Acredita que, se eles o disserem, isso vai aparecer publicado nos OCS?
Eu não acho que o meu amigo defenda a censura mas, neste tipo de coisas, as nossas boas intenções contam muito pouco; porque quem decide são eles; e não tenho dúvida em dizer que o que move António Vitorino é a procura duma desculpa, dum pretexto, para calar as denúncias, para piorar as nossas condições de luta.
Se a gente concordar com o pretexto eles agradecem, porque isso lhes facilita a missão. Depois do mal consumado, de pouco serve barafustar.
É como nas eleições! Esta escumalha foi eleita com apenbas 29,3% dos votos, mas não hesitam em invocar que têm maioria, como pretexto para se arvorarem o direito de praticar os piores crimes contra o país.
Além disso foram eleitos com recurso a uma série de mentiras, o que torna ilegítima a representatividade, por violação dos respectivos compromissos. Mas eles decidem, na mesma, da pior forma possível. Vale-lhe de alguma coisa, a si (ou a nós), dizer que não concorda?
Por isso há que ter cuidado quando se “concorda” com eles.
Eu também não concordo com a forma como as televisões tratam este e outros assuntos, mas por motivos opostos aos de António Vitorino. Porque as "peças noticiosas" são tão vazias de conteúdo e contêm tanta demagogia que não podem contribuir para resolver os problemas, como se impõe.
As notícias televisivas não contribuem para resolver o problema? Talvez não! Mas a ausência delas, a lei da rolha, o silenciamento da indignação das pessoas é que não contribui, de forma nenhuma, pelo contrário...
O que não posso deixar de fazer notar, como significativo é o facto de uma pessoa com as responsabilidades de António Vitorino, perante um problema tão grave, que urge resolver, se preocupar com questões marginais e insignificantes. É bem o estilo desta gente e é por isso que os nossos problemas não se resolvem.
Eu, se tivesse um microfone à frente, teria tanta coisa para dizer sobre o assunto, para tentar fazer com que o problema se resolva, que não me passaria pela cabeça, nem tinha tempo de, pensar em "imagens televisivas", que não passam disso mesmo: de imagens… imagens duma realidade que urge alterar, no terreno! Ou seja: no lugar de António Vitorino, eu optaria por "dar conteúdo" à peça televisiva, em vez de tentar justificar a "lei da rolha", que só vai piorar a situação.
É uma questão de idoneidade, de boa-fé, de integridade de carácter, de se ser, ou não, coerente. Mas eu faço parte doutro Mundo, graças a Deus!
Agora, o que não posso deixar de fazer notar é que, neste como noutros aspectos com situações igualmente desastrosas, não teria sido possível a situação chegar a um tal descalabro sem a conivência, o envolvimento, a cumplicidade (e garantia de impunidade aos terroristas pirómanos), de todas as pessoas que têm algum poder, incluindo António Vitorino. Qual é o papel das imagens televisivas (ou ausência delas) nessa realidade?
Sabe? Perante situações tão graves, também nós temos que aprender a nos atermos ao essencial, insistir nas denúncias que se impõem e justificam, sem nos desviarmos um milímetro, para não corrermos o risco de ser coniventes com tudo isto.
É preciso que nos superemos e consigamos ir além das "boas intenções". Peço desculpa de qualquer coisinha...
Um abraço!