2005/08/31

Uma taxa para a CRETINICE!

Vocês desculpem-me, mas esta está-me atravessada na garganta. Tem de ser!
Há dias um responsável da Quercus propunha a criação duma taxa para o lixo (para acabar com o lixo urbano). Depois veio, a mesma organização, propor um agravamento, substancial, de imposto para veículos “poluentes”.
Se eu não conhecesse, de longa data, as ligações e dependências (subserviência?) desta organização em relação e “entidades” e responsáveis que são os principais poluidores deste país, inclusive ao nível das ideias, a ocorrência ter-me-ia escandalizado. Mas já estamos habituados. Quem tem acesso aos OCS só se for para dizer disparates, que é como quem diz, para agravar a poluição.
Ouvindo aquilo (das taxas e impostos), decidi olhar para uma factura da água e verifiquei que, em quotas e taxas, o respectivo valor é agravado em quase 200%. Ou seja: o custo da água representa apenas um teço do valor da factura. O que chateia é que o IVA da água é à taxa reduzida… deve ser apenas por demagogia. Que me interessa a mim que o IVA seja à taxa reduzida, se pago o triplo?
Olhei para a factura da Electricidade e verifiquei que é cobrada outra taxa (audio-visual, para serem censuradas as minhas opiniões e todas as outras iguais às minhas, que são a maioria).
Para além disso ainda pagamos a contribuição autárquica, mais a taxa de esgoto, mais uma série de impostos, mais um balúrdio em IVA, mais o imposto automóvel, mais… mais… mais…
Há algum tempo, um casal que eu conheço, que se dedica à comercialização de produtos de higiene pessoal, comentaram-me, escandalizados, que, dum momento para o outro, se viram confrontados com o pagamento de uma taxa para o Infarmed (de 2% das vendas, equivalente a cerca de 10% da margem bruta), para a eventualidade de alguém se lembrar de beber champô(???); e mais uma taxa de reciclagem, em proporção do peso das embalagens comercializadas.
Como a margem de comercialização dos respectivos produtos era pequena, resultou destes agravamentos de custos, que os preços tiveram que aumentar em cerca de 30%. A taxa indexada ao volume de vendas era retroactiva (aplicada ao trimestre anterior) sem que a respectiva entidade se preocupasse em saber se o valor das vendas tinha sido efectivamente recebido…
Por isso, apetece-me perguntar: Que é feito deste dinheiro todo, destas taxas e impostos e…?
Todos sabemos que é usado para alimentar a chulice dos vencimentos e regalias escandalosas, apropriadas por essa gente, por esses gangsters, sem que revertam para resolver qualquer problema.
Por isso, apetece-me perguntar: quando foi que, neste país, alguma taxa, ou imposto, ou multa, ou roubalheira parecida, contribuiu para resolver algum problema? Qual é a relação causa-efeito, entre as taxas e impostos e multas e a diminuição da poluição, ou do lixo, ou, etc.?
Ou será que a Quercus, para além de ser financiada por entidades com responsabilidades na poluição, ainda recebe em função destas roubalheiras?
O facto é que este tipo de propostas são indignas de qualquer pessoa decente e se inserem na actual “moda” (muito usada pelo Presidente) de, para cada problema, sugerir mais repressão sobre a população, que aumentam os problemas e as dificuldades; sugerir o agravamento das leis do chicote…
Esta poluição (das ideeias cretinas e absurdas e reaccionárias, desta gente) tem de acabar! Não se resolvem os problemas agravando as dificuldades das pessoas, pelo contrário.
Há muitos problemas que podem ser resolvidos (que têm de ser resolvidos urgentemente), nomeadamente no que se refere à poluição e reciclagem, para melhorar a vida dos cidadãos. Os cidadãos já pagam para tudo isso e têm direito a essas soluções que, aliás, podem ser implementadas sem agravamento de custos, pelo contrário: se forem aplicadas poupa-se muito dinheiro e melhora-se, consideravelmente, a estado da economia… Mas lutar por essas soluções é tarefa árdua, como se pode ver pela amostra…
Se os responsáveis da Quercus não sabem como resolver estes e outros problemas, ou não se querem dar à maçada de lutar por soluções dignas, ao menos tenham pudor e não engrossem o coro dos arautos da “lei do chicote”, com que nada se resolve. Não é digno, nem é justo!
Se os responsáveis da Quercus não sabem o que dizem, ao menos estejam calados, porque é melhor ser ignorado pelos OCS, do que aparecer a dizer tamanhas asneiras, a provocar a indignação das pessoas.
Até apetece propor a criação duma taxa de cretinice, para ver se esta gente toda se vê forçada a fechar a boca! Uma taxa bem alta, que é para, quando quiserem aparecer nas notícias, ser à sua própria custa e não à custa da indignação alheia…
Mas porque é que ninguém reproduz as minhas propostas? Porque é que não são notícia, se até digo (e provo-o, quando for necessário) que sei como resolver os nossos problemas?