2005/09/06

Vergonhoso!

Funcionamento do Sistema Nacional de Saúde…
Um relato, (mais um, são aos milhões) para ilustrar o que digo quando falo de mafiosos à solta, de criminalidade institucionalizada, que goza de total impunidade e cumplicidade, dos políticos, e outros responsáveis; de todos os responsáveis.
Este relato está, em comentário, no post anterior, e foi trazido por BM, a quem se agradece.
“Não tomei nota do blog. Se couber:
SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE UMA REFINADA VERGONHA - dos médicos.
Anonymous said...
Denunciem o Sistema de Saúde em Portugal!
Permitam-me que lhes transcreva, de forma sintética, um artigo que li no Boletim Informativo do Clube de Campismo do Concelho de Almada, datado de Junho de 2005, da autoria de José Chitô.
Leiam, porque vale mesmo a pena!
Este senhor acordou um dia com um problema no olho direito. Pareceu-lhe grave.
Deslocou-se ao Hospital Garcia de Orta, em Almada (16 Abril 2005).
Diagnóstico: deslocamento de retina. Só poderá recuperar com operação.
Segundo a opinião do oftalmologista, a situação é grave e urgente.
Mas a lista de espera é muito grande: talvez 6 meses a um ano.
O nosso amigo fica abismado, pois uma situação destas requer internamento imediato.
Qual a solução que veio da boca do médico?
A existência de um bom especialista, em Setúbal, que ele próprio conhecia.
Lá vai o homem à consulta do referido especialista que lhe confirma diagnóstico: tem que ser operado!
- “Eu levo 3.000 euros por operar, mais 3.000 para a clínica e assistentes."
TOTAL: 6.000 euros (1.200 contos).
Por esta consulta desembolsou 60 euros.
Por achar este orçamento brutal, resolve marcar consulta para uma clínica emBadajoz.
Devido à urgência do caso, marcam-lha para o dia seguinte.
É atendido meia hora depois de ter chegado. Confirmam-lhe o diagnóstico.O especialista diz não haver tempo a perder, não tem datas livres, por issovai ter de adiar operações menos urgentes para poder encaixar a dele.
Volta passado 10 minutos, com a data da operação: AMANHÃ ás 17 horas.São 1.200 euros (240 contos). Custo da consulta: 35 euros.
A operação foi um êxito! Nos 30 dias seguintes e sempre que se deslocou à Clínica, não pagou mais nada.
COMENTÁRIOS?
Este país não tem salvação possível!
E não sou daqueles que gostariam de ser espanhóis!
Reenviem para quantos amigos e conhecidos tenham, para que sejamos cidadãos informados e denunciantes deste SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE, completamente PODRE!”
Resta acrescentar mais uma história:
Um jovem, com menos de 20 anos, faz uma rotura de ligamentos, num joelho, a praticar judo (que tem seguro obrigatório, assegurado pela Federação). Vai ao Hospital de Santa Maria, de imediato. Sai de lá com um diagnóstico do tipo “Não sei nem quero saber e tenho raiva a quem sabe!”, que é como quem diz: “Talvez seja rotura de ligamentos, Só se pode saber fazendo um exame específico, que o Hospital não faz e que custa uma pequena fortuna! Sucede que a família do jovem atravessa graves dificuldades financeiras, de tal modo que nem sequer pode encarar a hipótese de consultar o especialista recomendado, porque o simples custo da primeira consulta é incomportável. E assim andou, o jovem, durante dois anos, estropiado e comprometendo a sua integridade física para o resto da vida, de hospital, de recomendação em recomendação… Até ao Garcia de Orta o mandaram, indicado para um profissional que não se encontrava ao serviço, nem foi possível localizar. Isto a pagar deslocações e outros encargos, todos insuportáveis para a grave situação económica familiar.
Ao fim de dois anos acabou por ser operado, na sequência de novo episódio que lhe agravou a situação.
Começou por pagar uma consulta, caríssima, a um dos melhores especialista, que o encaminhou para uma unidade hospitalar especializada, onde se propunha fazer-lhe a operação (dum joelho muito danificado, não apenas pela lesão, mas pelo tempo decorrido sem tratamento); mas recebendo mais de mil contos. Até que, perante o desespero de familiares, percebendo que não lhes seria possível pagar esse dinheiro, acabou por a operação ser feita a expensas do seguro, custando, ao seguro, pouco mais de cem contos…
Também este jovem teve de desenbolsar 90 euros, por uma consulta dum outro especialista que lhe indicaram, posteriormente, porque continuava a ter queixas, apenas para ele olhar para o joelho e lhe dizer que não havia nada a fazer...
E não há um pingo de vergonha, nem uma entidade fiscalizadora que ponha cobro a estas patifarias, que atentam contra a integridade física da nossa população.
Assim, de repente, sou capaz de me lembrar de mais meia dúzia de casos concretos…