2005/10/05

As limitações de Sofocleto!

Publicado também em Editorial
Resposta (em cima do joelho) a este post de Sofocleto!
Bom! a partir deste momento sinto-me com legitimidade para dizer o que penso sem peias...
Eu, por acaso acho o "meu discurso" sem brilho de forma e cheio de conteúdo. É tudo uma questão de perspectiva, ou de motivação e capacidade, de visão.
Meu caro amigo Sofocleto!
Do que é a realidade, ou do que eu digo, aquilo que você consegue ver e perceber é um problema seu, decorrente das suas capacidades/motivações, da "educação" que você fez (ou lhe fizeram), da sua maneira de pensar. Não me envolva nas suas dificuldades e problemas de lógica e conhecimento, porque isso não é justo.
Resumindo, (porque o meu amigo já disse tudo e, portanto, pode-se resumir):
Acusa o meu discurso de "Ausência de conteúdo", porque eu "não esclareci, infelizmente, que alterações são essas"...
Aí está uma prova de que o meu amigo me leu com ideias pré-concebidas e não percebeu nada, ou finge não perceber, porque convém às suas concepções e opções políticas. Perdi eu tanto latim para tentar explicar que as transformações são as que forem, não podem nem devem ser impostas, à priori, por ninguém; que detesto os teóricos da treta que vivem agarrados a "ideais" que pretendem impor à realidade, quando os processos evolutivos devem ser ao contrário: devem partir da realidade, para receber uma resposta destas...
É frustrante, confesso!
Aliás, deixe-me que lhe diga que aquela frase de que eu tanto gosto: "as gerações futuras não darão um chavo pelo que nós dizemos acerca do que deve, ou não ser feito", eu aprendi-a lendo Engels... Sabe quem é?
Ou seja: essa vossa mania de impor modelos prontinhos, como bons e únicos adoptáveis, mas de cujos se arvoram em proprietários, já se transformou num dos principais entraves à vossa contribuição positiva para a resolução dos nossos problemas reais. Vocês preferem viver no mundo das ideias! É mais cómodo! Dá menos maçadas e fica-se sempre com a razão... Quanto a soluções? Basta papaguear umas quantas generalidades e optar por um modelo prontinho a usar, mesmo que isso nada tenha a ver com a realidade nem com a opinião da generalidade da população.
Opinião da generalidade da população?
O que é isso? Existe?
Deve existir? Deve-se ter em conta?
O meu outro grande defeito é imodéstia!
Ahah! Com essa o meu amigo vem de carrinho e vai de carroça. Porque eu não sei para o que é que isso serve, qual a sua utilidade para a resolução dos problemas, mas sei que é muito útil para manter o status actual dos que o têm e o não merecem e também que é muito útil para que não haja soluções para os problemas da sociedade, para empurrar as pessoas para soluções que o não são... Também já sabemos no que isso dá.
Meu caro, meta na sua cabeça o seguinte: Eu sei como resolver os problemas mais prementes da nossa sociedade e não vou deixar de saber ou de o dizer, apenas por deferência para com as suas concepções burguesas, parvas, úteis apenas para os patifes (para a maçonaria, etc), nem por deferência para com as suas próprias dificuldades intelectuais.
Boa tentativa, mas não resultou! Só fico com curiosidade de saber a que interesses instalados se deveu o esforço!
Eu sofro de imodéstia. E o meu amigo sofre de quê, ao dizer tantas atoardas, sem qualquer base de conhecimento, objectivo? Por acaso sabe qual a adesão das pessoas às minhas ideias, ou às suas? Por acaso pode garantir, ou afirmar, que eu não sei o que digo que sei? Com que fundamento? Ah! Pois é! Os seus conceitos e "princípios" absurdos que ficam feridos.
Parece que também aí, ao nível desses conceitos, muita coisa tem de mudar...
Essa mudança? O que é que acha? Ou as ideias absurdas e disparatadas têm de ser imutáveis, porque o meu amigo se dá muito bem com elas? Os seus novos paradigmas não as contemplam? Pois deviam!
Mas deixe-me que lhe pergunte: Eu cometo o grande pecado da imodéstia por assumir que sei como resolver os problemas e que há mais quem saiba, o que, aliás, é uma questão de deformação académica, porque o facto de existirem soluções e pessoas capazes de as formularem e idealizarem é "UMA LEI DA VIDA". É um FACTO só desmentido por ignorantes. Mas claro! Se cada um se inibir de dizer o que sabe e o que sente acerca do assunto, tudo fica na mesma, porque haverá soluções, mas ninguém o pode assumir, sob pena de ser acusado de imodéstia. Portanto, o meu amigo, pretende defender o actual estado de coisas e legitimar, por falta de alternativas, os actuais "notáveis"?
Arrume as suas ideias, que bem precisa!