2005/10/03

Mobilizar para...

Acerca do post "o fim do emprego" publicado no Editorial
A questão que coloco é: qual deve ser, na actual conjuntura, o papel dos intelectuais e (analistas): se o de mobilizar para o desespero, se o de mobilizar para as soluções.

"De facto, começo a sentir "complexos" de "desmancha prazeres"!
Vocês louvaminham um artigo destes, como se os nossos problemas adviessem de défice de análises, objectivas e coerentes, da realidade actual.
Meus amigos!
As análises da realidade abundam; e não "pecam" por ausência ou deficiência de objectividade. O que escassei (e também não se vê neste artigo) é o assumir de soluções, ou vias de resolução dos nossos problemas colectivos.
É falso que "o problema não tenha, mesmo no sistema vigente, solução visível". O que é verdade é que o autor do artigo não vê a solução, ou soluções. Agora, a partir daí (das suas próprias limitações), concluir que "não tem soluções", já é presunção (ou elitismo destrutivo) a mais...
Entre os piores entraves às soluções dos nossos problemas estão, não as regras do sistema vigente, mas as suas violações (das regras). Isso é o primeiro factor que, alguém de bom senso e de boa-fé, terá de assumir. Logo, há que assumir as próprias omissões...
Depois, se as pessoas avançarem um passo, nas suas concepções ideológicas e nível de esclarecimento intelectual, para perceberem que TUDO tem solução, na sociedade, entre as pessoas (que é para isso mesmo e por isso mesmo que somos PESSOAS e não um outro bicho qualquer), as coisas tornam-se mais simples. Porque, para cada problema (ou para o conjunto dos problemas) basta procurar as soluções entre as pessoas.
Lá porque a casta de intelectualoides existentes, exclui, como convém à perpetuação da actual situação (por via da inexistência de soluções) todas as pessoas com alguma maior e melhor (mais esclarecida) visão das coisas, isso não pode significar que essa ausência de soluções, aliás falsa, possa ou deva ser eregida como lei, de cuja não há escapatória.
Isso também convém aos que controlam a sociedade, porque cerca, intelectualmente, os influenciáveis, deixando-os sem saída, bloqueando os caminhos a seguir.
De facto, não há como me reconciliar com estes "teorizadores e analistas de meia tigela".
Dizer (ou repetir, o que dá no mesmo) umas quantas evidências, para depois conduzir as pessoas para "becos sem saída", não faz o meu género, nem é coisa que eu possa deixar passar em claro.
Se Dacosta tem alguma proposta de "sistema alternativo", então que a enuncie, para que possamos avaliá-la. Se não, que não contribua para engrossar e piorar a "poluição ideológica", que sofoca e desespera a sociedade."