2006/04/22

Ser De "Esquerda" Ou De "Direita".

Neste post, de "Um Homem das Cidades", deixei o seguinte comentário, acerca das posições de Freitas do Amaral, actual Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugual, que decidi passar para aqui, devido à "premência" do tema.
O assunto do post merece uma visita...

Independentemente das suas opções políticas e filosóficas, Freitas do Amaral é um homem digno, honesto, íntegro e idóneo... É isso que o distingue dos seus congéneres (em matéria de opções políticas) e é isso que deve ser louvado e valorizado, porque há valores humanos, absolutos, que devem estar acima das opções filosóficas.
Nem Freitas está a virar à esquerda (o que nem sequer é necessário para merecer a minha consideração), nem "os outros" estão a virar à direita!
Digamos que a situação é tão grave e humanamente tão infame que a atitude de Freitas, para além de revelar inteligência, dignidade e idoneidade, é a única adoptável por seres humanos conscientes.
Nestas questões, tal como Freitas, eu acho que, para além das opções filosóficas, particulares, outros valores (humanos) mais altos se levantam (ou se deviam levantar).
Freitas só demonstra que já ascendeu ao nível de desenvolvimento filosófico actual, aquele de cujo a prática social (ainda) está afastada mais de um século.
Freitas é um homem evoluído, só isso!
A subserviência canina, vil e criminosa dos outros é que é incompreensível e inexplicável seja à luz de que opções políticas e filosóficas for...
Este é o meu conceito de democracia e de idoneidade social e humana...
Cada um pensa como entender; as opções sociais e governativas devem ser adoptadas tendo em conta as opiniões de todos (com recurso a consultas populares, se necessário); aos governantes (e outros órgãos de soberania) compete executar essas opções e governar BEM... Inclusive ao nível das políticas internacionais!

Já o disse aqui (mas nunca é demais repeti-lo, até porque parece que ninguém entendeu ou escutou) que considero esta tipificação das coisas (ser de esquerda ou de direita) tão reaccionária, primária, mesquinha, prejudicial e inútil para a humanidade como os de "direita" consideram as "esquerdas" e os de "esquerda" consideram os da "direita". Para mim é folclore, "conversa para boi dormir" que, no essencial, contribui para o mesmo objectivo: deixar tudo na mesma e impedir a resolução dos problemas sociais e humanos...
É por isso que eu defendo a valoração da abstenção, (para se terem em conta as opiniões e opções de todos) e a alteração dos critérios de decisões da ONU.
Mas, nesta questão (também já o disse), os de "esquerda" e os de "direita" (pelo menos ao nível dos partidos), têm o mesmo tipo de comportamento: reaccionário, nazi...
São todos iguais e depois vêm tentar "amandar-nos areia para os olhos" com esta conversa, de merda, das "esquerdas" e das "direitas", reivindicando-se, assim, o direito de serem donos e senhores dos nossos destinos, da nossa vontade, das nossas ideias e da nossa dignidade (que não lhes interessa e continuam a destruir); para além de serem donos da sociedade, impedindo-nos, sequer, de contribuir decisivamente para resolvermos os nossos problemas, porque só eles têm "a competência" e a "legitimidade" para isso, apenas porque são de "esquerda", ou de "direita", respectivamente; são donos da razão... Mesmo que tenham vindo a demonstrar, ao longo das décadas, que são uns inúteis, perniciosos (malvados até)...
Dá-me uma fúria de cada vez que ouço este tipo de conversa, em relação a seja que problemas e questões for, em vez da discussão, adopção e implementação de atitudes concretas e úteis, dignas e idóneas, capazes de, realmente, resolver os problemas...
Aliás, a forma mais eficiente que os da "esquerda" adoptam, para ajudarem a nos "lixar" é considerarem que "tudo isto" é normal, culpa de quem governa e não se pode inverter por causa da "natureza do poder", ignorando e desprezando as maiorias, apenas porque também eles não têm perfil (nem critérios) de líderes, não conseguem convencer e mobilizar as maiorias.
E assim adoptam atitudes nazis, tão reaccionários como as dos de direita, alimentando-nos com utopias patetas, ao invés, mas negando-nos o que nos pertence, por direito, a legitimidade de decidir do nosso destino, de determinar (democraticamente; isto é: com decisões por maioria) as regras e medidas a adoptar na governação. É isso que pode resolver os nossos problemas, mas isso estas "esquerdas" não querem... preferem-nos a dormir e a sonhar, ou então misantropos e divididos, a achar que "a culpa é dos outros" que são tão "outros" como nós próprios.
O diabo que os carregue a todos!