2006/05/31

Quanto Vale Um Discurso?

No dia 25 de Abril deste ano, no meio do folclore costumeiro e da desmobilização popular, a evidenciar bem as frustrações que a efeméride nos traz à lembrança, sobressaiu o discurso do Presidente, na Assembleia da República.
Conseguiu ser o “evento” mais à esquerda. Foi um escândalo, sobretudo para a esquerda, ver o Presidente fazer um discurso “de esquerda”…
Segundo as palavras de Garcia Pereira, durante a última campanha eleitoral, ele terá dito a Sampaio (de quem se confessa amigo) que este tinha liquidado o cargo de Presidente. E eu a pensar que “o homem” não tinha feito nada senão achincalhar e humilhar os cidadãos, fazer discursos de “mete nojo”, dizer falácias, e passear à nossa custa (gastar dinheiro mal gasto); afinal sempre fez alguma coisa: liquidou o cargo de Presidente!
Sampaio institucionalizou a figura do Presidente papagaio (do estilo: “eles falam… falam… falam…), Cavaco Silva segue-lhe as pisadas, como convém.
Não são as figuras que os cidadãos (alguns cidadãos) elegem para desempenhar estes cargos que nos governam… Logo, a “missão” que foi atribuída a Cavaco foi mesma: a de papaguear lindos discursos.

E ele lá anda, agora, na sua saga da demagogia e dos apelos, para continuar o “bom trabalho” de Sampaio, para merecer os mesmos elogios, de tudo quanto é gentalha.
Alguma coisa mudou depois do discurso de Cavaco Silva? Alguma coisa vai mudar depois dos seus actuais apelos? Assim como nada mudou durante o mandato de Sampaio… a não ser para pior
Pois… também nada mudou (nem promete mudar) da minha opinião acerca de Cavaco, expressas neste post, e neste, e ainda nesteneste... neste... neste

Quem mais se escandalizou com a conotação “esquerdista” do discurso de Cavaco Silva, no dia 25 de Abril de 2006 foi a “esquerda”. Pudera. Afinal, com esta atitude, Cavaco está a ocupar-lhes o espaço… porque eles também não servem para mais nada, senão para fazer discursos da treta.

Talvez seja altura de a esquerda se “pôr à defesa”, porque o facto de o Presidente lhes “ocupar” o lugar, tornando-os obsoletos, pode permitir a aceitação, por parte da população, dos círculos uninominais, segundo a proposta do Bilderberg português. O parlamento pode ficar reduzido a dois partidos, mas se o Presidente ocupa o lugar da “esquerda” no folclore dos discursos, da conversa da treta, nem se vai sentir a ausência dos restantes deputados.
É bem feito! Quem manda a essas “esquerdas” serem tão nazis como os restantes partidos (em relação soa abstencionistas) e usarem o palavreado, os discursos, para disfarçar? Discursos não adiantam nem atrasam, não servem para nada, qualquer pessoa pode fazer análises e discursos correctos, para enganar papalvos. Quem não consegue ser mais eficiente do que isso (discursos) a promover mudanças, a contribuir para solucionar os problemas, pode ter os dias contados. Os discursos, lindos, atraem muita gente (cínica e falsa?). Qualquer pessoa pode fazer lindos discursos sem que isso comprometa os objectivos do respectivo grupo de interesses… Até Cavaco Silva. A “esquerda” que se cuide!

A meu ver, as mudanças que realmente interessam, aquelas que podem contribuir, decisivamente, para resolver os nossos problemas colectivos, passam pela valoração da abstenção, como forma de responsabilizar os políticos pelos seus actos, pelo cumprimento das promessas que fazem.

Mesmo aqui, neste espaço da NET, tenho-me batido por fazer compreender a necessidade dessa “mudança de atitude”, para se ser consequente. Muita gente dá importância, demasiada, aos “discursos” e à doutrinação, às análises objectivas das nossas desgraças e respectivas causas, mas contam-se pelos dedos os que conseguem compreender a necessidade, premente, de “fazer a diferença” e de dar o passo em frente.

Abundam as análises correctas, os “pregadores” de princípios, bem intencionados, que acham que descobriram a pólvora e têm de ensinar todos os outros, quando, afinal, dizem todos o mesmo e estão (estamos) todos de acordo em relação às questões consensuais.

É nas consequências práticas das propostas concretas, de cada “orador” que se percebem, mal, as diferenças de objectivos. Nos debates televisivos, como foi o caso do último “Prós e Contras”, também se ouve muita gente a fazer análises correctas. O problema está, sempre, na concretização. Os da direita, disfarçada, fazem propostas concretas que, objectivamente, não contribuem para resolver nada, pelo contrário; os da “esquerda”, quais “donzelas envergonhadas, tímidas, obedientes” ficam-se pelo platonismo das boas intenções, dos discursos, da doutrinação, esperando “mudar as pessoas”, esperando muitos aplausos que lhes alimentem o amor-próprio; quanto a apontar caminhos, nada. Eles têm vergonha de especificar os seus caminhos, porque sabem que ninguém liga!

Neste panorama, ganha a direita, e a sua demagogia, porque indicam soluções.
As pessoas podem perceber pouco de “doutrinação” e até se podem “estar nas tintas” para essas tretas, mas quando se trata de propostas concretas rapidamente percebem o seu valor e utilidade, mesmo que, ao princípio, a “coisa” soe estranha e invulgar. Mas se existirem, só, um tipo de “soluções”, mais facilmente as pessoas se convencem de que não existem alternativas. É esse o papel destas esquerdas: não haver alternativas às propostas da direita.
O meu problema é que não consigo acreditar nem nas “boas intenções” da esquerda, que assim ajuda a nos trair. Não acredito que “eles” não tenham consciência do seu papel. A forma como todos se comportam em relação à valoração da abstenção (proposta que todos conhecem) é elucidativa e denunciadora.

Enquanto isto, a governação do País está entregue ao pior tipo de gente; aos Bilderbergs e seus lacaios, que mandam e desmandam, põem e dispõem, elegem e (des)elegem quem querem e muito bem lhes apetece, aqueles que lhes obedecem, sem que a democracia ou os cidadãos tenham algo a ver com isso. Neste jogo tenebroso, de cujo somos as peças, o papel dos cidadãos resume-se a serem manipulados e incitados, com promessas falsas e publicidade enganosa, a colocar uns quantos votos nas urnas, para “legitimar” a conspiração. Não importa que sejam poucos os votos e sem representatividade… a vigarice do sistema eleitoral faz o resto!

Conspiração é o termo adequado. As provas, as evidências, andam aí, à solta, por todo o lado.
Na margem direita deste blog estão alguns assuntos e casos que foram censurados pela comunicação social, apenas porque prejudicam “a causa” dessas máfias que nos governam, como é o caso das denúncias do 11 de Setembro, das denúncias acerca da Gripe das Aves, da discussão acerca da valoração da abstenção…

Porque é que a comunicação social se comporta como nos tempos mais negros da censura e silencia tudo isso?
Nalguns comentários que aparecem por aí (neste blog eu apago-os) percebe-se bem os porquês: existem, a nos governar, em lugares de destaque e de influência, pessoas cuja fidelidade canina para com a administração americana, a CIA e seus abusos (aqui fica mesmo o eufemismo: abusos) é claramente assumida nesses comentários, de forma causa náuseas, repugnância, de tão contra-natura que é. Ou seja: somos, apenas, uma coutada do pior tipo de escumalha que há!
Só o domínio dessa gente sobre o governo pode explicar o descalabro da situação que vivemos; só o domínio dessa gente sobre a comunicação social pode explicar os silêncios referidos, porque os assuntos “prejudicam” a sua influência, o seu domínio.

Quem tiver uma explicação melhor, não se acanhe.
Porém, comentários provocatórios e nazis, de traidores comprometidos com os crimes dos americanos, ou outros, eu apago!